Existia uma briga entre as marcas Johnnie Walker e João Andante e já falamos sobre ela aqui no blog da Zênite. Mas, ao que parece, a briga chegou ao fim.
Em decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), deu causa ganha para a empresa de uísque Johnnie Walker. Dessa forma, a cachaça brasileira João Andante terá que abandonar a sua marca e ainda pagar a indenização.
A briga é antiga e começou em 2014. Acontece que a expressão “João andante” seria a tradução de “Johnnie Walker”, dessa forma violando a marca de uísque e usando-a indevidamente.
Veja sobre uso indevido de marca aqui.
Vamos analisar melhor o caso:
Fim da briga Johnnie Walker e João Andante
Na terça-feira, dia 14 de setembro, o STJ deu a decisão final. A marca da cachaça João Andante é semelhante o suficiente para causar confusão com o uísque Johnnie Walker. Dessa forma, ela estaria se apropriando indevidamente da marca de uísque.
De acordo com o Superior Tribunal de Justiça, a semelhança acaba gerando alguns prejuízos e também danos a imagem da marca.
Além disso, também será necessário pagar a indenização para a marca de uísque por uso indevido de marca. Inicialmente, o valor definido pelo Tribunal de Justiça (segunda instância) era de R$ 200.000,00. Porém, com recurso ao STJ (terceira instância) conseguiu-se diminuir esse valor para R$ 50 mil.
Além do custo dessa indenização, a marca da cachaça também terá que ser alterada.
João Andante: Onde começou
A marca mineira começou a ser produzida em 2008, em Santo Antônio do Cerrado, em Passa Tempo. Depois do processo, em 2014, a marca foi transformada para O Andante, mas a produção foi paralisada durante a pandemia. A empresa mudou de Passa Tempo para Papagaios, na região Central de Minas Gerais, mas por ora não há previsão de retorno das atividades.
Tanto o nome como o personagem escolhido para a cachaça tem uma história. Os criadores da marca utilizaram vários elementos, personagens e pessoas para compor o personagem, entre eles o andarilho e patrimônio mineiro, Seu Juquinha.
Seu Juquinha era um andarilho que perambulava pela região da serra do Cipó, um parque na Grande Belo Horizonte com várias cachoeiras. Era uma figura bastante conhecida em Minas e faleceu em 1983. Inclusive, há uma estátua de 3 metros em sua homenagem às margens da rodovia que corta o parque.
Essa seria a inspiração para a criação do nome da cachaça.
Além disso, também foram utilizados outros elementos históricos, como o Jeca Tatu de Monteiro Lobato e também Dom Quixote de Miguel de Cervantes.
Mas, mesmo com esse histórico, o STJ deu causa ganha para a marca de uísque, impedindo que a cachaça use o nome criado.
Johnnie Walker: O gigante
Atualmente, a marca de bebidas escocesa pertence à Diageo e é a marca de uísque mais distribuída em todo o mundo. Sua caminhada foi longa e desde sua criação, já se passaram mais de 200 anos!
John Walker, um adolescente da roça que perdeu o pai em 1819 começou a trabalhar duro para ganhar a vida. Ele sabia como produzir um bom uísque e o vendia em sua mercearia. Apesar de sua bebida ter sabor único em relação às concorrentes da época, representava poucas vendas em sua mercearia.
Em 1857 quando faleceu, seu filho Alexander Walker tomou conta dos negócios e fez a bebida de seu pai se tornar o principal carro chefe dos negócios. Também fez com que o uísque ganhasse o mundo além da Escócia.
A princípio, o nome era Walker’s Kilmarnock. E, foi Alexander que criou a tradicional garrafa quadrada. O objetivo era que mais garrafas chegassem inteiras sem quebrar durante o transporte de navios. Ele também foi o responsável por colocar o rótulo rotacionado, para ser identificado com mais facilidade.
Em 1889 Alexander deixa a empresa para seus filhos Alexander II e George. Foi nesse período que a marca passou a ser Johnnie Walker que conhecemos, utilizando o nome de seu criador.
Atualmente, a marca de uísques Johnnie Walker está presente em todo o mundo, possuindo uma grande cartela de produtos. É a marca de uísque mais conhecida em todo o mundo.